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Aonde que a Diversidade esbarra no Marketing?

Falar sobre diversidade e inclusão é sempre um desafio (literalmente cognitivo) de falarmos sobre a percepção das pessoas sobre determinados temas, e isso é sempre um grande desafio. Todas as pessoas são condicionadas em ter suas determinadas percepções, com suas determinadas bases piscológicas, que em suma maioria são derterminações socialmente coletivas. Por isso falar de diversidade de um jeito eficiente possui a demanda do encontro das águas da gestão de pessoas com o marketing e com a mídia em geral. Atos de fala são geradores de significados. Significados são incorporados e traduzidos em ações.


Essa é uma frase de Samuel Araújo, uma figura de suma inteligência que compartilha suas reflexões no Tiktok (@samueldearaujomateus). E é nessa frase que vamos desenvolver esse encontra das águas. O nosso cenário de mídia sempre foi um grande (se não o maior) meio de influenciar as pessoas a terem opiniões específicas para que essa opiniões induzam o fluxo do capital, seja de forma direta ou indireta. Isso quer dizer que quando a Marlboro quis vender mais dos cigarros, e aqui podemos usar as campanhas de 98, ela traz um símbolo de liberdade e aventura para a masculinidade dos homens, e induzem que o ato de fumar (o Marlboro é claro) é um ato de valor aos homens. Na marca Winston, encontramos um anúncio que diz a seguinte frase: "Pessoas estão sempre falando que cigarros causam peso baixo em recém nascidos. Isso só traz ganhos! Um parto fácil, um bebê magro e elegante e todo o sabor de Winston." E abaixo na propagando encontramos a frase: "Winston. Quando você está fumando por dois."


Esses exemplos não se enquadram perfeitamente no tema de D&I mas declaram como que a mídia possui o poder de moldar as percepções das pessoas, afinal todos sabemos o quanto era comum todas as pessoas fumarem em todos os lugares, incluindo dentro de aviões. Citando exemplos de maior conexão, podemos citar uma campanha da marca de azeite Galo, que em uma de suas peças escreve: "O nosso azeite é rico. O vidro escuro é o segurança." Um outro exemplo é a marca de cervejas Devassa que nos dá a seguinte frase: "É pelo corpo que se conhece a verdadeira negra." Indo para a publicidade do século XIX, encontramos uma da Lautz Bro's and CO's sobre um sabão, sendo que a arte gráfica é um branco abastado lavando um pobre preto (que se demontra extremamente feliz com ser lavado/clariado), oferecendo a ideia de qualidade tão boa do produto que é capaz de limpar um negro. Acredito que a este ponto já ficou claro o meu ponto: a mídia é determinante na percepção da grande massa de consumidores, e essa percepção pode se traduzir de muitas maneiras, inclusive maneiras trágicas e violentas.





Adentremos a nossa realidade atual neste momento. A mídia é elitista, cara, branca e altamente descolada da realidade social da maioria das pessoas. Porém hoje através dos dados que são possíveis passar por análise se entende que a grande maioria das pessoas mesmo com um poder de consumo menor, ainda possui um alto valor para gastar ao considerar sua soma total. E nesse momento os desprezados entram na projeção de lucro na visão da mídia. Diversidade vira tema. Mas quem desenvolve esse tema? E aí encontramos mais um probema. Permita-me uma correção: vários problemas.


O principal deles é o desencontro cultural fruto da segregação social, falta de representatividade e falta de acesso das pessoas de recorte nesse cenário. É um cálculo simples até demais. Quem vocês acham que vão produzir uma bela campanha contra o racismo, uma pessoa branca ou uma pessoa negra? Pessoas brancas podem sim produzir peças excelentes sobre, desde que tenham a educação necessária sobre o tema e possa assim fazer uma condução fiel da realidade. E aqui entra outro problema: em que momento da formação desses profissionais eles foram letrados sobre o tema? Acho que você já sabe a resposta. Enquanto a diversidade não bate na porta da mídia para ter uma conversa séria e quiçá desagradável, a história ainda vai ser pautada pela mentalidade que sempre teve, como podemos associar com os exemplos citados acima. Precisamos da organização estratégica de alinhamento dos discursos. Não é possível uma mudança de narrativa entre pequenos grupos enquanto essa narrativa não alcança os grandes grupos, especialmente os produtores de significados.





E é justamente por isso que nós da DiverCidade decidimos seguir esse caminho e ao mesmo tempo ocupar esses grupos produtores de significado e estabelecer o nosso próprio. A DiverCidade sempre pensou em soluções de ponta a ponta para o tema de diversidade, ou seja, sempre pensamos em corrigir a estrutura que causa o problema X, não apenas "medicar"a dor da causa. Nós decidimos abrir novas unidades de negócios (em breve vão saber de todas, prometo) e uma delas é a nossa produtora Uprise. Já é antiga a nossa relação com agências, outras produtoras, jornais e profissionais do ramo, mas decidimos parar de apenas orbitar por eles e entrar no meio de campo.


Agora nós atuamos na educação dos que fazem mas também educamos fazendo. Nossa equipe como vocês já sabem contém os maiores nomes do mercado de diversidade e inclusão e continha também grandes nomes da mídia, que de forma incrível resolveram entrar nessa jornada com a DiverCidade. Como prova dessa necessidade de mercado irei pontuar algo que foi incrível pra nós: com uma semana de oficialmente a Uprise já temos projetos rodando. Não é arrogância de nossa parte dizer isso, até porque a DiverCidade é um movimento coletivo, só conseguimos isso porque temos um coletivo habilidoso e comprometido que nos permite isso, mas de toda forma é a prova da necessidade. Nós enquanto pessoas de recorte começamos um movimento de melhorar as nossas vidas e a vida dos nossos, e nós não vamos parar. Não podemos. Vamos ocupar o mercado e a sociedade do jeito que deve ser: de ponta a ponta

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